Cindindo a vastidão do Azul profundo, Sulcando o espaço, devassando a terra, A Aeronave que um mistério encerra Vai pelo espaço acompanhando o mundo.
E na esteira sem fim da azúlea esfera Ei-la embalada n’amplidão dos ares, Fitando o abismo sepulcral dos mares Vencendo o azul que ante si s’erguera.
Voa, se eleva em busca do Infinito, É como um despertar de estranho mito, Auroreando a humana consciência.
Cheia da luz do cintilar de um astro, Deixa ver na fulgência do seu rastro A trajetória augusta da Ciência.
Augusto dos Anjos
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