A nossa “presidenta” caiu hoje, dia
31 de agosto de 2016. Durante todo o processo de impeachment ela se repetiu.
Aloprada do começo ao fim, insistiu nos universos paralelos. Continuou
atribuindo a culpa de sua péssima gestão a uma suposta crise externa. Afirmou
que o seu impedimento seria fruto do espírito vingativo do ex-aliado Eduardo
Cunha; desconversou os crimes de responsabilidade que cometeu e posou de
vítima.
Dilma não hesitou em usar o seu
passado, forçando uma comparação dos contextos. Romantizou a sua condição de
ex-presa política tal qual fazem os charlatões que se valem das tragédias para
levar alguma vantagem... A mulher que faz questão de ser chamada de presidenta,
estranhamente, agradecia com um “obrigado!” em vez de “obrigada!” sempre que recebia
elogios dos companheiros de partido.
Dilma nunca foi tão Dilma! O que
por certo só reforçou as convicções de todos os brasileiros que desejavam a sua
saída. Sim, ela caiu! A perda do mandato acarretaria também a perda dos
direitos políticos, tal qual sucedeu com Collor em 1992, mas não foi o que
ocorreu.
Na última hora alguns
peemedebistas articularam com os petistas e optaram por manter os seus direitos
políticos intactos. Pode parecer que decidiram pela condenação parcial por
estarem inseguros sobre a responsabilidade da presidente ou receosos com a
reação vermelha. No entanto, a minha leitura é de que preferiram não
fechar as portas aos petistas, afinal, foram parceiros em muitas empreitadas e
empreiteiros. Vai que Lula volta!
Os peemedebistas tem essa
característica: nem sempre sentados no trono, mas sempre aliados dos que se
encontram nele. Ainda que isto implique na total falta de ética e
covardia. Eles têm exceções! Simone Tebet é a mais bonita delas.
Após o resultado, Dilma cantou a
pedra: “vamos à guerra!”. Ela não parece estar com muito medo de fechar
portas.
Hoje, para mim, o PT deixou de ser
o que tínhamos de pior na política. Não há nada mais rasteiro que essa barganha
explicita. Após esse arranjo vergonhoso endossado pelo Poder Judiciário,
absolvo a nossa esquerda bananosa. Espero que ela atormente Temer como as
implacáveis erínias fizeram com Orestes. Golpistas!