domingo, 25 de junho de 2017

Vegas, Estrelas e Escracho

Juro que a ideia inicial era escrachar o Temer, talvez, o Marechal Deodoro da Fonseca, o Lula, sei lá! Dom Pedro I... Alguém tem que ser escrachado! Alguém tem que ser o culpado de nada funcionar por aqui... Las Vegas, um parque de diversões no meio do deserto, é um escracho! Um monumento a luxuria, a gula e a soberba: lindo, luxuoso, limpo e organizado. Tapa na cara de quem vive em um grande bordel sujo, muito sujo! Abandonei a ideia inicial... Não vale a pena escrever sobre nós! Melhor procurar estrelas...

“TE DOU UM CÉU CHEIO DE ESTRELAS
FEITAS COM CANETA BIC
NUM PAPEL DE PÃO”.
(Zeca Baleiro)

“Estrelas altas! Que se importam elas?
Tão longe estão... Tão longe deste mundo...
Trêmulo bando de distantes velas
Ancoradas no azul do céu profundo”
(As Estrelas- Mário Quintana)

“E eu vos direi: Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas”
(Ouvir Estrelas- Olavo Bilac)

No céu de Las Vegas não há estrelas, bom, devem estar lá, mas não as vemos. Há tantas luzes por toda parte que só mesmo um poeta poderia notá-las.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Pleno e Poesia

Sobre o Pleno...

O nome vem do latim. Tem origem na palavra plenus, que por sua vez quer dizer, LITERALMENTE, pleno, completo...  

        Hoje, sem Temer, terrorismo e trapaças. Troquei tudo por um punhado de poesia. Permiti-me chamar o que escrevi de poesia. Quem lê o que escrevo sabe que é uma exceção, tanto por senso quanto por respeito aos poetas. Mas, às vezes é preciso um nome que expresse o que sentimos. E como bem se depreende de Pessoa, o que é a poesia senão a tradução do sentimento do poeta? Que quanto mais finge e mente mais se descreve e denuncia. 


Sou pleno,
No meu avesso espelho.
Eu mesmo!
Como falar sobre algo tão complexo,
Sendo tudo isto e muito além do verso?
Como explicar o encontro das paralelas,
Os mistérios da natureza?
Sou a simbiose das formas que se contrastam;
Sou as sombras que disputam a mesma vaga.
Sou o que me resta; sou o que se gesta.
E a espera do parto rompem-se máscaras;
Estreitam-se espaços, alargam-se medos!
E sou eu, eu mesmo.

(P. Ubert)