Durante muito tempo achei que tinha dificuldade de falar em público, hoje, no entanto, refleti que talvez este não seja exatamente o diagnóstico...Talvez a dificuldade não seja de falar , mas de mentir em público. Mentir no privado sempre me pareceu natural, ocorre que enganar muita gente ao mesmo tempo me deixa desconfortável.
Sou o tipo de mentiroso que só funciona bem no varejo nunca no atacado. Quando há plateia perco o jeito de atuar... Junte-se a isso o fato de que não sei bajular, não sei fingir orgasmos, não sei esconder a carta na manga...Claro que isto não tem nada a ver com virtude, trata-se apenas de uma inabilidade nata.
Sou um hominídeo desprovido de uma ferramenta essencial à vida em grupo da minha espécie: a capacidade de mentir para o grupo. Quem “tapeia” poucos é mau caráter, já quem engana muitos costuma se dar bem. Trapacear é uma arte...
Dedico a reflexão poética a seguir a todos os geminianos. A quem não enganamos nunca, porque com eles, por algum tipo de doce vaticínio, os sagitarianos se permitem ser quem são.
Quis est iste Rex gloriae?
Passeio pelo Jardim das Delícias;
Vejo taras por todas as frestas;
Embora eles rezem nos templos pomposos,
Vivem a caça de orgias e festas.
Aos “demônios” sempre se entregam,
Regendo-se ao avesso do que pregam;
Não fossem hipócritas e atrozes
Em coro, a Sade, ergueriam as vozes,
E Adorariam a trindade que mais lhes convém:
Sexo, poder e ouro... Amém!
(“O Pai é Deus?” -Sim, o Pai é Deus!
“O Filho é Deus?” -Sim, o Filho é Deus!
“O Espírito Santo é Deus? “ -Sim, o Espírito Santo é Deus!)