sábado, 21 de dezembro de 2024

Sobre cadência


    O coração é o órgão principal do sistema cardiovascular, é uma câmara oca com quatro cavidades: dois átrios e dois ventrículos. Localizado no interior da cavidade torácica, possui o formato de um cone invertido com o ápice voltado para baixo e apresenta o volume aproximado de uma mão fechada.

    O coração não pensa, ele pulsa, involuntariamente... o que o torna dramaticamente mágico.O que se segue  não é uma reflexão poética é uma batida...

  

Fiz  um samba pra você, fiz sim!

Eu que nunca fui sambista; eu que nunca fui poeta;

Sem saber da  letra ou do  verso, segui  o meu destino;

E fiz dos seus passos o meu ritmo, fiz sim!

Porque canto no samba o seu sorriso;

O seu vestir noir  me colorindo...

E neste samba poema vou  seguindo

E neste samba poema vou  seguindo... 

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Sobre canções e poemas...

    O show de Caetano e Maria Bethânia me surpreendeu positivamente. Duas horas maravilhosas. Eles deixam claro que é perda de tempo tentar separar música e poesia; bobagem determinar se estamos ouvindo canções ou poemas...Show, no sentido mais literal da palavra.

    

"...O quereres estares sempre a fim
Do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há, e do que não há em mim."

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Sobre Cartas...

                                               A vida é um jogo, dizem...


              Vou começar pelo fim, eu aceito o fim, mas desta vez não tão resignadamente; hoje eu sou pura rebeldia. Não, não vou chorar a perda; nem vou cantar ou declamar poemas... quero esquecer a compostura; quero dar a cara à tapa e para contrariar as feministas, quero gostar.

                Não vou sair em silêncio como se não estivesse doendo, porque está. Desta vez eu vou gritar para que você mate as minhas cartas.Quero que todos vejam a minha derrota;quero o vexame; quero derramar o meu orgulho ferido; quero que saibam que eu pulei e que o paraquedas não abriu; quero que todos me vejam espatifando.

               Quero ser o comentário da semana; quero os olhares me julgando; quero a ferida aberta, sangrando...Quero a compaixão como uma espécie de indignidade sublime; quero pagar todos os meus pecados; quero rasgar os meus planos e ficar sem respostas. Quero alguém como você.

                PS, "Nobody loves no one "

sábado, 5 de outubro de 2024

Sobre Suspensórios e Neurônios...

    Érica, uma colega de trabalho, tem apenas 25 anos. Conhece todas as músicas dos anos 80, inclusive as “bregas”. É inteligente e divertida, qualidades muito raras nas pessoas, cada vez mais frívolas . Assim como eu ela adora suspensórios. 

    Amanhã os municípios brasileiros escolherão seus prefeitos e vereadores. Uma pena que a maioria dos eleitores não pensa para votar, que dirá usarem suspensórios... Quando eu crescer quero ser igual a Érica.

 “Na política, meu querido, você sabe, como eu, não há homens, mas ideias; não há sentimentos, mas interesses; na política, não se mata um homem: suprime-se um obstáculo, nada mais”  

(Do livro o Conde de Monte Cristo) .

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Sobre Verdades e Mentiras...

      

    Ser poeta é fingir o que deveras se sente, como bem disse Fernando Pessoa. O verdadeiro poeta calcula, mede, encaixa... A inspiração é para amadores como eu. Só o verdadeiro poeta tem a prerrogativa da mentira; quem escreve por inspiração, o falso poeta, tem a obrigação de ser sincero. Vou de Fernando Pessoa que aqui se traveste de Ricardo Reis (quem se travestirá de Fernando?).

   

Não sei se é amor que tens, ou amor que finges,
O que me dás. Dás-me. Tanto me basta.
Já que o não sou por tempo,
Seja eu jovem por erro.
Pouco os deuses nos dão, e o pouco é falso.
Porém, se o dão, falso que seja, a dádiva
É verdadeira. Aceito,
Cerro olhos: é bastante.
Que mais quero?

(Ricardo Reis)