Muitos ficaram surpresos com a resposta
do Presidente Bolsonaro, o messias, quando questionado sobre o aumento
das mortes no Brasil em razão da proliferação do vírus-Covid-19, eu não.
Para
mim, ele vem dizendo “E daí?” muito antes da sua eleição. E daí que ele
tenha prestado homenagem a um ex- torturador...Ele só torturava comunista,
gente! E daí que o Estado seja laico? O critério de escolha do próximo Ministro
do Supremo Tribunal Federal será o religioso, aliás, “terrivelmente
cristão”. Nunca é muito enfatizar que para o messias "cristão" é sinônimo de
evangélico, e, “terrivelmente cristão”, pode ser traduzido como a serviço da
“turma” que o apoia.
E daí se o Presidente incentiva aglomerações com a sua presença, inclusive em
manifestações que pregam o fim dos pilares constitucionais? E daí que ele
tente, reiteradamente, se utilizar das instituições para livrar os seus
familiares, cupinchas e a si próprio de investigações? E daí?...
Esta é a pergunta que o messias mais tem feito nos últimos meses, isto
não é novidade; isto não é pior do que seus antecessores disseram; o PT com seu
esquema de corrupção disse o mesmo; Collor de Melo nos disse o mesmo, isto não
vem ao caso... O que importa é o que vão dizer os brasileiros, como iremos
responder.
Temos a obrigação ética e moral, e para quem acredita em Deus, religiosa, de
dizer algo, de dar uma resposta toda vez que um dos nossos representantes age
de modo absolutista. O “L´etat c’ est moi” pertence aos séculos XVII e XVIII. O
Estado somos todos nós! E a nós caberá responder ao messias e a qualquer outro
que afronte as regras do jogo, quando sem a menor parcimônia nos perguntarem:
“E daí?”