“Vão-se os anéis e não
fica nada.”
Quando “aparecer” torna-se
sinônimo de “existir” significa que adoecemos de vaidade. Os jovens, em
especial, têm cometido vários crimes para aparecer nos jornais, na TV, nas
redes sociais. A vaidade desmedida rouba-lhes a existência.
Há um acentuado
desencontro entre o que desejamos, seja por estímulo ou tendência, e as nossas
reais potencialidades. Querer não é necessariamente poder, mas todos os meios
de comunicação nos dizem o contrário. Aquele que não busca a todo custo
alcançar as estrelas soa como um fracassado, ainda que baste a ele admirá-las
de longe. A mídia tornou fama sinônimo de sucesso; e o sucesso equivale-se a felicidade.
O espetáculo de mau gosto e a ausência de limite generalizada são efeitos desta confusão. O sonho de brilhar pode ser motivador, mas também perigoso. Se desprezarmos o ordinário, o corriqueiro, nunca alcançaremos o extraordinário. Ao eliminarmos um, fatalmente eliminamos o outro. Seria extremamente salutar separamos notoriedade de contentamento. A real satisfação prescinde de alardes.
Difícil tarefa, já que nem com Deus podemos contar mais; ele parece definitivamente fazer parte do show business. A divindade deveria ser singela e não suntuosa.
O espetáculo de mau gosto e a ausência de limite generalizada são efeitos desta confusão. O sonho de brilhar pode ser motivador, mas também perigoso. Se desprezarmos o ordinário, o corriqueiro, nunca alcançaremos o extraordinário. Ao eliminarmos um, fatalmente eliminamos o outro. Seria extremamente salutar separamos notoriedade de contentamento. A real satisfação prescinde de alardes.
Difícil tarefa, já que nem com Deus podemos contar mais; ele parece definitivamente fazer parte do show business. A divindade deveria ser singela e não suntuosa.
Abaixo, a minha
reflexão poética esculachada...
Acho-me em constante desencontro
Acho-me em constante desencontro
No embate
entre o sonho e a insônia;
Na inquietação e no compromisso;
No que falo e
sinto; o certo, o errado...
Os dois lados
das convenções humanas;
E para aliviar
o drama aviaram-me
Um Deus nobre,
austero e sem face;
Que se mede
pela quantia no envelope.
-Um suntuoso esculacho!-