sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Enquanto isso, na Sala de Justiça...Cães e Gatos

            

            Enquanto Bozo resolve sobre o perdão de dívidas que matará alguns frequentadores deste blog, eu poetizo. Encontrei o Blog da Roseana- Roseana Murray- que postou sobre gatos e cães.  Já fui bi-animal; atualmente me tornei cisgata, tenho três bichanos. Como não poderia deixar de ser fiz uma reflexão poética sobre o assunto...

 

A mulher abraça o gato;

Ele se esquiva como pode.

A mulher precisa de afeto;

O gato se contorce!

Ela quer o aconchego que oferta;

Ele quer fugir para algum teto;

Ela o beija;

Ele a arranha...

Na contramão da natureza,

O caçador se torna a presa.

 

(Patrícia Ubert)

 

CACHORROS E GATOS- BLOG DA ROSEANA

           Ler um gato é muito diferente do que ler um cachorro. O gato é um texto que se esquiva, se esconde entre duas auroras, na fronteira entre o mágico e o irreal. O gato é sinuoso, seu texto é macio, é poesia, nunca se deixa apreender por inteiro. O gato é escorregadio, vive nas entrelinhas.
          Para ler um  cachorro  não  se precisa de óculos especiais. Seu texto é escrito em maiúscula, diz  claro  e  em  bom  tom o que  pensa e  a  que  veio. O cachorro  é prosa, o gato é música, é poesia.

A UN GATO

No son más silenciosos los espejos
Ni más furtiva el alba aventurera:
Eres, bajo la luna, esa pantera
Que nos es dado divisar de lejos.
Por obra indescifrable de un decreto
Divino, te buscamos vanamente:
Más remoto que el Ganges y el poniente,
Tuya es la soledad, tuyo el secreto,
Tu lomo condesciende a la morosa
Carícia de mi mano. Has admitido,
Desde esa eternidad que ya es olvido,
El amor de la mano recelosa.
En otro tiempo estás. Eres el dueño
De un ámbito cerrado como un sueño.

Jorge Luis Borges, Obra Poética, Emecé Editores

 

Por fim, Baudelaire, um dos meus poetas favoritos...

 

Viens, mon beau chat, sur mon coeur amoureux;

Retiens les griffes de ta patte,

Et laisse-moi plonger dans tes beaux yeux,

Mêlés de métal et d' agate.

 

Lorsque mes doigts caressent à loisir

Ta tête et ton dos élastique,

Et que ma main s' enivre du plaisir

De palper ton corps électrique,

 

Je vois ma femme en esprit. Son regard,

Comme le tien, aimable bête

Profond et froid, coupe et fend comme un dard,

 

Et, des pieds jusques à la tête,

Un air subtil, un dangereux parfum

Nagent autour de son corps brun.

 

O Gato (Tradução de Jamil Almansur Haddad)

 

Meu gato, vem, ao meu peito amoroso;

Contém as garras afinal,

E que eu mergulhe em teu olhar, formoso,

Que é feito de ágata e metal.

 

Se os meus dedos afagam no lazer

Tua testa e teu dorso elástico,

Se a minha mão se embriaga de prazer

De palpar o teu corpo elétrico,

 

Em espírito a vejo. Seu olhar

Tão amável como tu és

É como frios dardos a cortar.

 

E da cabeça até os pés

Um ar sutil, um perfume traiçoeiro

Nadando-lhe em torno do corpo trigueiro.

terça-feira, 1 de setembro de 2020

Simone Tebet fala por nós, servidores públicos.

                      Muitos de nossa família servem a sociedade; somos mais conhecidos como servidores públicos. Por coincidência, vou escrever um artigo de opinião em um jornal goiano sobre a categoria. Há quem ache ela a mulher mais interessante do mundo depois de Hipátia de Alexandria- Assinado Plínio- Depois do que ela disse o amor vai ser geral, né, Rodrigo?

Pat.

 A presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), reagiu ao anúncio de que o governo enviará ao Congresso, na quinta-feira, uma proposta de reforma administrativa. Segundo ela, a proposta é necessária, mas não pode “expor” o funcionalismo público como “vilão” dos problemas financeiros do país.

“A reforma administrativa é necessária, mas depende de como vier. Expor servidor público como vilão e corte de direitos como salvação da lavoura, além de falso e equivocado, é insuficiente”, disse. O anúncio sobre a apresentação da reforma foi feito nesta terça-feira, após reunião do presidente Jair Bolsonaro com líderes partidários do Congresso.

(Fonte: Blog da Cidadania e valor.globo.com).

A fila anda...


            Dedico o meu poema rançado a todos da fila, em especial aos que tem tudo sob controle, principalmente a respiração - Patrícia.

 O amor que lhe  tenho deve ser  apropriado;

Equilibrado, comedido...

Sem vexame, sem ciúme, porque ciúme é imaturidade;

Concilio as  reticências; Deus me livre de intensidade!

Mas, se por eventual fraqueza eu sucumbir à falha 

Querido,  perdoa este coração que se inflama!

Que se atira aos seus pés de corpo e alma;

Que  declama versos a sua espera;

Eu sei, em tempos de indiferença o ardor não calha.

(Que saudade de Florbela...)