sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Feliz 2013!


“Diga sim à vida: abandone todos os nãos possíveis. Mesmo se você precisar dizer não, diga-o, mas não se deleite em dizê-lo. E, se for possível, diga-o também na forma de sim. Não perca nenhuma oportunidade de dizer sim à vida.”
                                                                                                                              Osho

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Sobre o fim do mundo:"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."

O mundo está acabando desde que nasci, de fato está! Estamos todos acabando! Mas não se preocupem, ou se preocupem! Tudo recomeça...Pat.

“Se tens plano a respeito do futuro,
Estão todos registrados em folhas,
Êxtase insubstancial e efêmero,
Que à primeira explosão desaparece no ar...”

(Young- pensamentos noturnos) 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Frases que Marcam

Li muitas coisas interessantes, bonitas, filosóficas de Clarice, mas nada, absolutamente nada, supera o pensamento que segue abaixo...A síntese do humano, demasiado humano. 

"Gosto do modo carinhoso do inacabado, do malfeito, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno vôo e cai sem graça no chão."

Clarice Lispector

sábado, 20 de outubro de 2012

Ao seu tempo...


Inútil tentar controlar tudo, porque tudo vem ao seu tempo. O  que é verdadeiro há de ficar em nós! O resto, ilusões! Que também ao seu tempo se tornam dispensáveis.

Patrícia

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A Aeronave

Cindindo a vastidão do Azul profundo,
Sulcando o espaço, devassando a terra,
A Aeronave que um mistério encerra
Vai pelo espaço acompanhando o mundo.

E na esteira sem fim da azúlea esfera
Ei-la embalada n’amplidão dos ares,
Fitando o abismo sepulcral dos mares
Vencendo o azul que ante si s’erguera.

Voa, se eleva em busca do Infinito,
É como um despertar de estranho mito,
Auroreando a humana consciência.

Cheia da luz do cintilar de um astro,
Deixa ver na fulgência do seu rastro
A trajetória augusta da Ciência.


Augusto dos Anjos

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Pessoas e Pessoas....


Fernando António Nogueira Pessoa (1888 -1935)-Considerado o maior poeta da Língua Portuguesa do século XX. Controvertido, a genialidade parecia não caber em si, dividiu-se em outros.
Qualquer um que tenha escrito na Língua Portuguesa, em verso ou em prosa, apresenta algum traço de Pessoa. Embora o poeta Baudelaire seja o meu favorito, Pessoa sempre se afigurou a mim como um dos grandes. Para além do gênio, uma incógnita!  Creio que o maior heterônimo de Fernando Pessoa seja Fernando Pessoa. Abaixo, o trecho de um poema, dentre os de Álvaro de Campos, que alicerça a minha conclusão:

“Não tenho sinceridade nenhuma que te dar.
Se te falo, adapto instintivamente frases
A um sentido que me esqueço de ter”.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Sobre o Efêmero...


Dirce de Assis Cavalcanti- Uma mulher admirável! Mãe, poeta, esposa, contista, escultora... Ela é de uma generosidade;  sempre incentivando as pessoas, acreditando no talento.Que pessoa  meiga e  adorável! Uma dama!


O prazer se sente
por ser efêmero,
passageiro.

no bordado da vida, relevo,
um ponto-cheio,
no fundo triste do tédio
e da uniformidade 

Canto Liso-Dirce de Assis Cavalcanti

quinta-feira, 5 de julho de 2012

"Uma Lição de Vida"

John Donne (15721631) foi um poeta inglês,  maior representante dos poetas metafísicos da sua época. Sua obra é carregada de sensuaidade e realismo.  Sua poesia possui linguagem vibrante, contendo metáforas muito bem construídas. A reflexão sobre a morte, abaixo, é, na minha opinião, uma das melhores do poeta. Não é fácil fazer poesia sobre o tema, mas Donne consegue com tanta lucidez ! Sem  pieguice; sem pavor...  Que bom gosto!

Morte, não te orgulhes, embora alguns te provem
Poderosa, temível, pois não és assim.
Pobre morte: não poderás matar-me a mim,
E os que presumes que derrubaste, não morrem.
Se tuas imagens, sono e repouso, nos podem
Dar prazer, quem sabe mais nos darás? Enfim,
Descansar corpos, liberar almas, é ruim?
Por isso, cedo os melhores homens te escolhem.
És escrava do fado, de reis, do suicida;
Com guerras, veneno, doença hás de conviver;
Ópios e mágicas também têm teu poder
De fazer dormir. E te inflas envaidecida?
Após curto sono, acorda eterno o que jaz,
E a morte já não é; morte, tu morrerás.”


sexta-feira, 22 de junho de 2012

Reversibilidade

Charles Baudelaire (1821-1867) Poeta francês, considerado o pai da poesia moderna. Era como os modernistas que vieram após ele. Acima de tudo um realista que detestava a reprodução de um mundo fantasioso em poemas. Seus poemas nos descortinam um mundo objetivo,tal como é! Não há espaço para a subjetividade; para o que  se supõem atrás das vestes. Baudelaire nos apresenta  o nu.
Foi após ler o poema “reversibilidade” que percebi a instrumentalidade da poesia. Este poema revelou-me! Nele desabrocharia o meu “entusiasmo” poético! Baudelaire foi o adubo... Adoraria ter me descoberto em prosa! Mas a minha integridade se dá na poesia, porque ela inclui também o meu pior.

Patrícia.

Ó Anjo de alegria, já viste a desgraça,
Os soluços, o tédio, o remorso, as vergonhas,
E o difuso terror dessas noites medonhas
Que o peito oprime como um papel que se amassa?
Ó Anjo de alegria, já viste a desgraça?

Ó Anjo de bondade, já viste o rancor,
As mãos em gesto aflito e as lágrimas de fel,
Quando brande a vingança o seu apelo cruel
E de nossas virtudes torna-se senhor?
Ó Anjo da bondade, já viste o rancor?

Ó Anjo de saúde, já viste os delírios,
Que, ao longo das paredes do asilo alvadio,
Como exilados vão em passo tardio,
Movendo os lábios e buscando a luz dos círios?
Ó Anjo de saúde, já viste os delírios?

Ó Anjo de beleza, as rugas já não viste,
Não viste o medo da velhice e este suplício
De ler esfíngico pavor do sacrifício
No olhar que outrora no saciou a gula triste?
Ó Anjo da beleza, as rugas já não viste?

Ó Anjo de ventura e júbilo e clarões,
Davi da morte se teria levantado
Sob os eflúvios de teu corpo enfeitiçado;
Mas a ti só imploro as tuas orações,
Ó Anjo de ventura e júbilo e clarões!

No poema original, em francês, Baudelaire escreve: Ange plein de gaieté; Ange plein de bonté...Ou seja, a tradução mais correta seria: Anjo todo ( ou cheio de) alegria; Anjo todo (ou cheio de) bondade e não “de”, como se vê na maior parte das traduções para o português. (Observação minha, sujeita a erro).

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Vincent


Tenho falhado em tudo! Meu consolo é Vincent...

Vincent Willem van Gogh ( 1853 - 1890) foi um pintor pós-impressionista holandês frequentemente considerado um dos maiores de todos os tempos.
Sua vida foi marcada por fracassos. Ele falhou em todos os aspectos vitais para um homem em sua época: Não se casou; não teve filhos;. Foi incapaz de constituir família, de custear a própria subsistência. Van Gogh tinha ainda muita dificuldade em manter contactos sociais. Aos 37 anos, sucumbiu a uma doença mental, cometendo suicídio.
Morria o louco, nascia o gênio da pintura.


domingo, 20 de maio de 2012

O Brasil não precisa de amor, precisa de respeito!


José de Sousa Saramago (1922- 2010), foi escritor, teatrológo,  jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português. É dele a reflexão abaixo que cai como uma luva para o Brasil; país de pessoas muito amáveis, porém desrespeitosas.

"O amor não resolve nada. O amor é uma coisa pessoal, e alimenta-se do respeito mútuo. Mas isto não transcende para o colectivo. Já andamos há dois mil anos a dizer isso de nos amarmos uns aos outros. E serviu de alguma coisa? Poderíamos mudar isso por respeitarmo-nos uns aos outros, para ver se assim tem maior eficácia. Porque o amor não é suficiente."

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Ao gosto dos Anjos...


Tenho afirmado que não gosto de poesia, mas só das normais! A questão sobre poesia é a seguinte: Ou  ela agrada, ou ela desagrada! Não existe meio termo! Eu, graças a Deus, sempre gostei das desagradaveis! Quem busca sempre as coisas doces deveria comer cocada e não ler poemas.
Ou se escreve, ou se pisa em ovos!

Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu em abril de 1884, no Estado da Paraíba; poeta e professor ficou  conhecido como um dos poetas mais críticos do seu tempo. É dele o poema abaixo:


             CONTRASTES

A antítese do novo e do absoleto,
O Amor e a Paz, o Ódio e a Carnificina,
O que o homem ama e o que o homem abomina,
Tudo convém para o homem ser completo!

O ângulo obtuso, pois, e o ângulo reto,
Uma feição humana e outra divina
São como a eximenina e a endimenina
Que servem ambas para o mesmo feto!

Eu sei tudo isto mais do que o Eclesiastes!
Por justaposição destes contrastes,
Junta-se um hemisfério a outro hemisfério,

Às alegrias juntam-se as tristezas,
E o carpinteiro que fabrica as mesas
Faz também os caixões do cemitério!...
      

quinta-feira, 26 de abril de 2012

“você marcha, José! José, para onde?”

Carlos Drummond de Andrade nasceu em Minas Gerais; herdeiro da liberdade linguística, do verso livre, do metro livre e dos temas do cotidiano. “José” é o meu poema favorito, aliás, é um dos poucos de Drumond que realmente me impressionam, embora ele seja um dos poetas mais queridos e reverenciados.
Fico com “José”! Um dia de angústia produz mais do que anos de glória.

“você marcha, José!
José, para onde?”

sábado, 14 de abril de 2012

POEMA


Mário de Miranda Quintana (1906-1994): Gaúcho de Alegrete, foi considerado o “poeta das coisas simples”, trabalhou como jornalista e tradutor durante quase toda a vida. Destaca-se ainda o seu estilo irônico e técnica impecável. 
 Depois de ler o poema abaixo, refleti: A existência é motivada por desejos. Quanto mais acreditamos neles, mais ela se torna preciosa.

POEMA

O grilo procura
no escuro
o mais puro diamante perdido.

O grilo
com suas frágeis britadeiras de vidro
perfura

as implacáveis solidões noturnas.

E se o que tanto buscas só existe
Em tua límpida loucura

-que importa?-

isso
exatamente isso
é o teu diamante mais puro!




sábado, 31 de março de 2012

LITERALMENTE...



E lá se vai um trimestre! O tempo tem passado rápido! Tenho tido muito interesse em pintura, além das outras coisas todas...Mas optei, nesta postagem pela Literatura. Penso que precisamos motivar a leitura neste país! As pessoas não sabem mais ler; absorver, ruminar; interpretar; e esta incapacidade reflete diretamente na capacidade de pensar e criar. A praticidade digital não é incompatível com a criatividade, ao contrário, ela depende dela . 
Em Provérbios do Inferno de William Blake(poeta inglês do séc. XVIII), há um muito especial:

"Um pensamento abarca a imensidão."