Se o demônio é vermelho, quente, Deus só pode ser o oposto...Para ele, uma canção fria...
Alguns dos meus amigos são de uma "goianidade" ímpar, gostam muito de música sertaneja. Eu tolero, com alguma cerveja. A cerveja em quantidade sensata tem o poder de minimizar as coisas; de retirar a sensatez, obscurecer os sentidos...
Outro dia Sandro “me obrigou” a ouvir funk. Aumentei os goles, porque funk é muito para mim que gosta de "cold song". Não me atrevo a apresentar Klaus Nomi a ele, poderia ficar clara a nossa incompatibilidade o que nessa altura do campeonato não seria razoável. Klaus Nomi era alemão, idioma no qual Sandro tem fluência. Eu não entendo nada de alemão, como também não entendo nada quando ouço nossos funks. Achei que seria interessante poetizar a minha sensação sobre "cold song".
O que escrevo abaixo é apenas uma sensação.Uma pessoa que amo muito estava com depressão e escreveu em um poema que pensou em se matar, atirando-se da ponte do Brooklyn. Ela acabou desistindo, porque amava pontes, em especial aquela...Morreu sozinha, sem pontes para cruzar.
Céu, gelo, dor.
A ponte do Brooklyn lhe parecia tão serena;
retirada do sossego do nada,
atirada no exílio frio e desalmado;
sem paz, à mercê das virtudes e vícios.
Agora dorme, finalmente sossegada.
Cruzo a ponte e penso nela...
tínhamos a mesma sanha, buscávamos a mesma verdade.
Qual o caminho de volta para casa,
Que anjo ou demônio me guiará ao antigo ninho?
Eu, que sou inflamável o tempo todo...
Deus idolatrado! Me congele para que eu não sofra!
Cold, cold, cold...
A ponte, a ponte, aponte.
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