“Gosto de um modo carinhoso do inacabado, do malfeito,
daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno voo e cai sem graça no chão...”.
(Clarice Lispector)
Há uma chatice na
paixão que só os apaixonados relevam.
Mil desculpas pela insistência na reflexão de Clarice. É que a minha
paixão me leva a repeti-la...Sinceramente, não consigo
encontrar nada que me encante mais, ou que considere mais poético. Nesta linha, faço a minha própria reflexão
sobre o voo tentado; a esperança renitente; o “levantar-se” impelido pelo
inexorável desejo de alcançar...
Era
para ter sido apenas mais uma noite, talvez, mais desagradável que a maioria
das noites, mas, inesperadamente, a noite fez-se sonho real. Mágica de carne e
osso, inexplicável... Tal qual o encanto das noites de natal para as crianças.
Desembrulhei o presente, no entanto, apesar do sonho intacto, pela manhã, a
caixa estava vazia.
(P. Ubert)
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