domingo, 25 de agosto de 2019

FOREVER FERNANDA YOUNG



    Muitas pessoas falam mal do mês de agosto: "mês do cachorro doido"; "dá azar"; "mês feio"... Sempre defendi agosto, até hoje. Agora tenho uma razão para cismar: Fernanda Young morreu em agosto.

  Dizem que liberdade é a coerência entre o sentimento e a ação; não sei se ela era livre, mas certamente era original, criativa, cáustica, e, acima de tudo, divertida No entanto, combinava todas estas qualidades "subversivas" com a maternidade, um casamento estável e muita lucidez.
 Confundia as feministas; confundia as submissas; confundia todo mundo! Doce e amarga; maternal e provocativa; lânguida e ácida. Algumas pessoas são mais do que outras, Fernanda Young, era!
 Sua morte insana, sem sentido, inesperada e ridícula me faz odiar agosto; me faz odiar deuses; me faz pensar que viver é mesmo um acidente de percurso do universo; o nada deve ser a regra; a ausência deve ser a regra; o não ser deve ser a regra. A vida é apenas um lapso, um espasmo que agosto engoliu.

E para me vingar de agosto, do azar e dos cachorros doidos, continuo vivendo; continuo refletindo; continuo poetizando...
 
É arrogância imaginar que podemos  ver  mais do que a aparência nos dá;
Verdades absolutas; tramas reveladas; enigmas desvendados...
Tudo é um infinito “supor”.
O Universo descrito pelos limitados olhos humanos
É uma síntese pobre das nossas farsas e enganos.
Como saber sobre tudo, ou qualquer coisa que seja, 
Se até sobre nós há coisas das quais sequer suspeitamos
E há quem queira padronizar todas as formas de olhar;
E há quem queira olhar nos olhos de Deus.

P.Ubert

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