Abre-se
o céu; ouvem-se trombetas;
Que
tragam o réu...
-
Que fez criatura maldita?
-
Vi a face oculta daquele que me julga.
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E como se entregou a tal desdita?
-
Visão...
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Ó cínico! Por que não lhe bastaram os instintos?
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E o juiz sabe o porquê da criação?
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Muita solidão no nada do infinito...
-
Que ironia eu ser parte da vossa salvação!
-
Mas, errei! Pois aqui julgo um proscrito.
- Fizestes do perfeito a imperfeição?
(Silêncio no Tribunal...)
-
Antes nunca tivesse me arrancado o véu.
-
Tropecei; agarrei-o para não cair do céu. Foi quando vi
Que
era escravo e vós ilimitado.
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Viu pela primeira vez o imutável...
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Vi tudo, menos liberdade.
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A luz não alcança o insondável...
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Mas arde!
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Por sua demência será condenado!
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E a qual castigo julgador amado?
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A consciência da infelicidade...
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Por toda a eternidade?
-
Até que a ciência o refaça.
(As asas do réu são quebradas e ele atirado a
terra).
(P. Ubert)
(P. Ubert)
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