terça-feira, 30 de junho de 2020

Who's Afraid of Fake News?




          
            As notícias falsas não são meras “pegadinhas” ou trotes inofensivos, são crimes, neste sentido, andou bem o ex-ministro do STF Carlos Ayres Britto ao defini-las como “estelionato comunicacional”. A fake news é um ardil utilizado para destruir  uma ideia, uma reputação, um produto, uma instituição, um partido...Enfim, é uma meio de destruição em massa; parece exagero, mas não é.   
            Algumas pessoas acham que as redes sociais são uma espécie de green card que lhes permite  propagar calúnias e injúrias impunemente; arvoram-se na liberdade de expressão para cometer crimes. A liberdade de expressão não é absoluta, pois deve harmonizar-se com os demais direitos e garantias previstos no nosso ordenamento jurídico. Impedir que pessoas mal-intencionadas criem capas de invisibilidade  para cometer ou disseminar crime  é um dever da sociedade. Isto não é censura é vida em grupo.
            É preciso que haja regras neste jogo chamado “rede”. O filtro usado para tapear um suposto namorado; esconder uma espinha; criar um pseudônimo, não tem nada a ver com o ato premeditado que visa destruir  a imagem de uma pessoa.  Mesmo que seja uma notícia duvidosa, o “estrago”  se consuma, pois a dúvida já traz prejuízo ;  o ônus da prova se inverte, já que atualmente é a vítima da agressão que precisa demonstrar que  os descabidos perpetrados contra si são falsos. Vigora neste caso o famoso: “onde há fumaça, há fogo”.
          Alguns afirmam que controlar essa enxurrada de notícias falsas ou publicações que afrontam as nossas garantias constitucionais  é ditadura- irônico! considerando que muitos também pedem a volta do AI5- Eles se denominam conservadores, o que justificaria ataques a mulheres, negros, homossexuais; como se as conquistas destes grupos pertencessem aos chamados progressistas.
            Os avanços sociais pertencem a toda a sociedade.  O Estado evoluído é capaz de oferecer igualdade de tratamento aos indivíduos sem comprometer o respeito as diferenças, ou seja,  a padronização não é do ser, mas do ter. Os atrasados fazem justamente o contrário...
            Prevenir e Reprimir crimes é um dever do Estado. Os métodos de controle precisam ser justos para não invalidar o fim, que é legítimo. Who's Afraid of Fake News? Eu tenho, muito mais do que teria da Virginia Woolf.

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